sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Engenhão: Onde está o público?


Uma reflexão sobre as condições que envolvem o trajeto para o Estádio Olímpico João Havelange

Foto: José Renato Velasco. Guerreiros torcedores apóiam o Botafogo

Por Thiago Cruz

Na ultima Quinta-Feira, a equipe do Aliança Esportiva, representada por Thiago Cruz e José Renato,  esteve no Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, para acompanhar o jogo entre Botafogo e Internacional, válido pela 24° rodada do Campeonato Brasileiro.  Além de assistir a partida, o intuito era entender um pouco as razões do fracasso de público no Estádio no Brasileirão.

O jogo estava marcado para às 21h e embora a estimativa de publico não passasse de 15 mil pessoas, decidimos sair de São Gonçalo às 17h, para assim comprar o ingresso e entrar no estádio com tranquilidade.  Ás 18h50min já estávamos na Central e pegamos o Trem em horário de pico, completamente lotado. Apesar de todo desconforto e transtorno, chegamos ao Engenhão com boa margem de tempo e tranquilamente pudemos comprar os ingressos, adentrando ao Engenhão com 40 minutos de antecedência. 

Embora este jogo não sirva de parâmetro, em virtude do publico reduzido (cerca de 11mil presentes), ficou claro que em jogos de maior apelo, acima de 25 mil presentes, as dificuldades seriam maiores. Principalmente por causa da cultura do torcedor carioca. Primeiro por que poucos estão acostumados a se planejar e preferem deixar para comprar ingressos na ultima hora. Complica o fato de no Engenhão não haver guichês suficientes e com rapidez de operação para comportar um público maior. E segundo, por que ao chegarem antes ao estádio, ficam do lado de fora, bebendo sua cerveja ou fazendo um lanche, e deixam para entrar em cima da hora do jogo. Esse problema poderia ser amenizado se o preço da comida e das bebidas não fossem tão abusivos dentro do Estádio, o que os obrigam a gastar do lado de fora.

Foto: José Renato Velasco. Zagueiro observa ataque colorado
Após o fim do jogo, com o empate em 1 a 1, partimos de volta e evidenciamos as dificuldades sofridas por quem mora “do outro lado da poça”. Primeiro pela ausência de Vans com destino a Niterói, que nos obrigou a retornar de Trem. Embora o Trem não estivesse cheio como na ida, a demora de partir foi irritante, apenas as 23h30min começou viagem. Chegando na Central, quase a Meia-Noite, nenhuma Van para o terminal de Niterói, tão pouco Ônibus direto para São Gonçalo. A única alternativa foi pegar um Ônibus com destino a Camboinhas, que nos deixou há quase 1km de distancia de um ponto com condução para São Gonçalo. Esse 1 km tivemos que caminhar numa rua escura e completamente vazia até chegar ao objetivo. Mais 10 minutos de espera até aparecer algum ônibus para São Gonçalo, e assim, finalmente voltar para casa às 1h da manhã.

Foto: José Renato Velasco. Escalação interativa foi aprovada.
Tanto sufoco para retornar, apesar do jogo não ser no pior dos horários, que é ás 22h, e sem ter público elevado. Então, por que o Engenhão não caiu no gosto do torcedor? O principal problema não é do estádio, que é muito bem feito e bonito. O problema é de ordem pública. Não há uma logística bem feita para que os torcedores consigam transportes para retornar as suas casas após a partida, o que dificulta a presença daqueles que precisam acordar cedo no dia seguinte para trabalhar. Por isso, há tanta saudade do Maracanã, um estádio muito mais funcional, com maior facilidade de transporte e deslocamento para outras regiões.

2 comentários:

  1. Ótimo texto que evidencia as dificuldades. São erros para todos os lados. Poder público, clubes e autoridades não dão suporte para que o torcedor tenha um espetáculo de qualidade.

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  2. Pra eu que moro na região dos lagos então.. KKKKK morreria pelo rio

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