domingo, 13 de julho de 2014

"A Copa das Copas" ou "O Último que Sair, Apaga a Luz"

- Por Guilherme Rezende, o desaparecido

Se estiver esperando um texto analítico-tático-jornalístico, procure as postagens dos outros amigos da mesa ou dê Alt+F4. Daqui só vai sair groselhas de um domingo a noite. E não, as opiniões descritas abaixo não são de responsabilidade dos outros membros, são minhas palavras mesmo.

Eu com meus 26 anos de idade tô me sentindo como se eu fosse um velho sentado em sua poltrona, com alguns anos de vida ainda pela frente e com um único pensamento na cabeça: nunca imaginei que ia ver isso. Mas aconteceu, minha gente: a Copa do Mundo aconteceu bem no nosso quintal. E quer saber de uma coisa? Gostei. E vou sentir falta. Não apenas dos feriados, dos dias de meio-expediente e tudo mais. Esse evento me proporcionou, várias coisas legais: tomei váááárias cervejas, revi pessoas que eu não via há muito tempo e de quebra, fiz com meus amigos uma bagunça musical - uma das coisas que mais amo fazer na vida e que não fazia desde o SEFERQ (Segundo Episódio Fatídico Envolvendo Roubo Qualificado).

Foi muito bacana ver na TV, na Internet e em outras mídias, todo o mundo reunido em nossa casa, pelo único propósito do "esporte" (sempre disse no Aliança Esportiva que futebol não é mais esporte, virou negócio). Várias nacionalidades se interagindo, brincando, sacaneando um ao outro sem que se perdesse a esportiva. Na boa, eu acho isso sensacional. A nossa torcida então, em dias de jogo do Brasil, deu "show". Entre aspas mesmo, porque gritar "leleô, BRASIL" ou "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" é pra quem só frequenta jogos de vôlei. Mas ver toda a galera cantando o hino, com força, com vontade, fazendo a veia saltar do pescoço foi lindo. Foi do cacete mesmo. Mandamos razoavelmente bem na torcida e no tratamento com os estrangeiros, embora eu seja do contra nesse aspecto.

Eu, particularmente, acho essa política da boa vizinhança um porre. Inúmeros foram os tweets preconceituosos de espanhóis, especificamente, enquanto nós tratamos todos a pão-de-ló aqui. Enfim...

Mas... e dentro de campo? Bom, o time que nos encantou na Copa das Confederações ano passado nem de longe parecia ser o mesmo da Copa desse ano.

A escolha do técnico, há algum tempo atrás já havia me deixado preocupado: Felipão ganhou a Copa de 2002, mas acabara de rebaixar o Palmeiras. Fiquei com essa pulga atrás da orelha um tempão, até começar a Copa das Confederações. E não é que a seleção tava dando tapa na cara pra cima dos desempregados na final? 3x0 incontestável, embora eu achando tudo aquilo meio esquisito... "como que essa seleção, ainda em formação consegue anular o Tiki-Taka?" OK, saímos vencedores e, acima de tudo, esperançosos.

Copa 2014: emoção verdadeira - creio eu - dos jogadores, aquele frio na barriga... 2 vitórias e 1 empate na fase de grupos. Não era de todo ruim. Fomos para o mata-mata, o que pra mim é obrigação. Veio o Chile e o que era pra ser uma oitava-de-final, virou sofrimento. Como se fosse final. E nesse dia, vi que a maionese ia desandar legal. Vi nosso capitão, que uns e outros chamam de "monstro" virar AMEBA na hora da cobrança de pênaltis, pedindo "pelamordeDeus" para não entrar na lista das cobranças. Júlio César - que de 2010 pra cá só sabe chorar - foi feliz em suas defesas e teve grande parcela de responsabilidade na classificação para as quartas. Em seguida, a Colômbia e seu Armeration. Não vi um jogo bonito, mas vencemos. Isso sem contar a lesão do Neymar, que jogou a pá de cal em cima da seleção.

Aí, amigo, veio o carrossel alemão que desmascarou a seleção brasileira. No 1 x 0 eu pensava, "Ok, dá tempo, tudo sob controle"... mas aí vieram 2, 3, 4, no 5 o camisa nova entra em desespero, dizendo "caraca, véio" e no 6° gol resolvi ligar meu PS3. Ficamos completamente estarrecidos com o que estava acontecendo. 7 x 1. O que era surpresa, logo virou lógica: afinal, de todos esses que nós enfrentamos antes... qual deles era bom, BOM mesmo? Pois é. Um possível alento para os mais otimistas veio na disputa de 3° lugar: 3 x 0 para a Holanda que "não tava nem aí mais para a competição". Time apático, sem raça.

Eu juro pra vocês que tava torcendo desde o jogo contra a Croácia, de verdade mesmo. Só que esse vexame me fez lembrar 98, que pra mim, foi a maior decepção que já vi da Seleção. Alguém salve o futebol brasileiro, alguém tranca essa corja toda dentro de uma sala e, façam com que eles saiam com uma solução pra essa papagaiada toda ou que saiam com o corpo roxo de tanta porrada, porque eles tão é merecendo. Ainda bem que pra salvar a festa, teve a Shakira gostosíssima e a Alemanha vencendo a Copa do Mundo em cima dos hermanos arrogantes. Agora, é hora da DR, e muito precisa ser discutido, revisto.

Para a alegria dos reacinhas e do Renan - o menino leite com pêra que queria ser black bloc, mas seu pai não deixa - a partir de amanhã #naovaitercopa. Voltemos à realidade, meu povo.