terça-feira, 4 de março de 2014

Análise - Croácia


Croatas tentam superar últimos insucessos e mostrar que 3° lugar em 1998 não foi obra do acaso

 

Por Thiago Cruz 
 
O primeiro adversário do Brasil na caminhada rumo ao Hexacampeonato será a Croácia. Assim como em 2006, Brasileiros e Croatas estarão frente a frente logo na estreia, mais precisamente no dia 12 de Junho de 2014, na Arena Corinthians quando se dará a abertura da Copa do Mundo. Possivelmente a Croácia será o adversário mais complicado do Brasil na primeira fase, porém o desnível técnico é elevado e não deverá ser páreo para a Seleção Brasileira. 

A fim de apresentar melhor os adversários do Brasil, o Blog Aliança Esportiva irá esmiuçar detalhadamente cada um deles, pelos aspectos técnicos, táticos e históricos, começando pela Croácia.

A Croácia fez uma campanha de altos e baixos nas eliminatórias europeias. Com 5 vitórias, 2 empates e 3 derrotas, 56% de aproveitamento e 2° colocação no grupo, os croatas se classificaram para a repescagem, onde enfrentaram a Islândia e sacramentaram a classificação com uma vitória por 2 x 0 em casa após empatar sem gols fora. 
Jogadores da Croácia comemoram classificação. Foto: FIFA/Divulgação
Considerada a seleção mais forte dentre as que se desmembraram da antiga Iugoslávia, a Croácia traz consigo algumas características peculiares de equipes daquela região, tais como habilidade e pouca rigidez tática. 

Embora possua jogadores atuando nas principais Ligas do Mundo, a seleção Croata está longe de viver seus melhores tempos. Sem ter se classificado para Copa de 2010 e eliminado na 1° fase da Eurocopa 2012, a Copa do Mundo no Brasil é oportunidade de mostrar que o futebol croata ainda vive.


     Olho Nele!

 

Modric, o craque croata. Foto: Getty Images
Luka Modric é o principal jogador da Croácia. O Meio-campista que atua no Real Madrid possui uma técnica muito apurada e ótima capacidade de organização de jogo.  Os passes precisos e os arremates de média distância de Modric serão o grande trunfo para Croácia obter as vitórias.  É um jogador inteligente, o cérebro da equipe, que pode atuar tanto como meia-ofensivo, encostando nos atacantes, como de segundo volante, organizando o time lá de trás. 

Outros jogadores de destaque são Mario Mandzukic, goleador do Bayern de Munique, Darijo Srna, experiente lateral com precisão nas bolas paradas e Eduardo da Silva, atacante brasileiro naturalizado croata. 

 

Tática

 

O técnico Igor Stimac vem escalando a Croácia na maioria das ultimas partidas em um esquema 4-2-3-1 bem definido, conforme se observa na imagem abaixo. 

 Uma linha defensiva com quatro  jogadores. Os laterais avançam esporadicamente ao ataque, mais pela direita com Srna. Esse pouco avanço é para os zagueiros nunca ficarem desprotegidos, pois Corluka e Simunic são muito altos, ótimos no jogo aéreo, mas pecam pela lentidão. No meio de campo, dois volantes a frente da linha defensiva fazem o jogo fluir e 3 meias a frente abastecem o centroavante Mandzukic, que alem de arrematar para o gol, também pode fazer a função de pivô para um dos meias de trás finalizarem. 

Detalhe para Modric, que neste esquema atua com um 2° volante pela direita, mas tem liberdade tanto para avançar pelo corredor direito, quanto para inverter de posição com Kovacic e se tornar o meia mais avançado,surpreendendo a marcação adversária. Os meias que jogam pelos lados (Eduardo e Perisic) podem entrar em diagonal para se aproximar de Mandzukic ou avançarem a linha de fundo para levantar a bola na área. Esses dois jogadores tem um função tática importante, pois quando eles retornam para recompor a marcação, ajudam a proteger os laterais e incorporam um sistema de marcação com duas linhas de quatro, transformando o esquema num 4-4-1-1 e dificultando a penetração do adversário. 

No jogo contra o Brasil, o centroavante Mandzukic estará suspenso (expulsão na repescagem), portanto o treinador Igor Stimac pode adotar um esquema diferente, para explorar os contra-ataques em velocidade. Com a entrada de Olic no ataque e Ilicevic no meio, adotando um esquema 4-4-2, com duas linhas de quatro conforme se observa abaixo:


 Neste esquema a linha defensiva se mantém inalterada, porém os laterais ficam ainda mais protegidos pela presença de dois meias abertos que recompõem pelos lados (Ilicevic e Peresic). Modric continua sendo o cabeça do meio campo, só que desta vez possui dois atacantes para municiar. Detalhe para a mudança tática que pode ser feita durante a partida: Rakitic recuar como um volante centralizado na frente da zaga e Modric atuar como meia mais avançado, para desta forma transformar a linha quatro e um losango de meio de campo. Isso possibilitaria que Modric pensasse o jogo mais na frente e seus passes e chutes levassem mais perigo ao adversário. Ilicevic ficaria com funções mais defensivas.   

Outro detalhe, é a presença de dois atacantes de mobilidade, que se deslocarão e abrirão espaços na zaga adversária, principalmente Eduardo, que deixa de ser o meia-esquerda do esquema anterior para virar o atacante que “flutuará” por todos os cantos. Outra variação tática possível é o avanço de Perisic para o ataque, compondo um linha de três atacantes, mas é um variação pouco provável num jogo contra o Brasil 

Retrospecto


A Croácia participou de três Copas do Mundo (1998, 2002 e 2006). Ao todo foram 13 jogos, com 6 vitórias, 2 empates e 5 derrotas. 

A melhor campanha aconteceu em sua primeira participação, em 1998, quando a geração de Suker, Jarni, Boksic, Prosinecki e Boban conseguiu a 3° colocação. Suker terminou aquela Copa como artilheiro.

O único confronto entre Brasil e Croácia em Copa do Mundo aconteceu em 2006. Vitória magra por 1 X 0 em Berlim. Jogo complicado definido com um belo gol de Kaká, que pode ser assistido abaixo:



Expectativa para o Confronto

 

O Brasil possui um favoritismo destacado para o confronto. Tem mais time, é mais organizado e jogará com o apoio do torcedor. O nervosismo da estreia pode amarrar um pouco o jogo, mas a tendência é a maior qualidade do Brasil sobressair. É importante não entrar no clima de Oba-oba de que o adversário é fácil , respeitar e ter concentração máxima antes e durante o jogo. Explorar as jogadas em velocidade com Neymar e Bernard, evitar abusar de bolas longas e vigiar de perto Luka Modric para que ele não articule o jogo croata. Feito isso, a vitória virá. 
 
A Seleção do México, segunda adversária do Brasil será a próxima analise do blog. Até lá!

Lá encontrarão todas as novidades sobre o Programa. 

Seleção da Croácia

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