quinta-feira, 15 de março de 2012

Tudo de novo, mais uma vez, novamente


Por Guilherme Rezende



Os traçados de Interlados. Em vermelho, o traçado atual.

No início dessa semana, estava eu feliz e faceiro em meu aconchegante lar, “curtindo” esse calor nigeriano quando me deparo com a nova chamada para a temporada deste ano da Fórmula Um na TV. Obviamente, prestei atenção à chamada, que dizia: “As máquinas da Fórmula Um usam a mais alta tecnologia”. Até aí, tudo bem. Isso é fato, é indiscutível. E a tendência é que o esporte abra mais as pernas – com o perdão do termo – para a evolução tecnológica desenfreada. Depois dessa frase, Dirceu Rabelo, o Locutor Que Ninguém Vê da TV Plim Plim acrescenta: “Mas para vencer, a peça mais importante - pausa dramática enquanto algumas imagens são mostradas - é sempre o coração”, com um Felipe Massa que dá uma batidinha marota no peito.


 
Fittipaldi - 1972, 1974

A segunda parte da chamada, onde o Locutor Que Ninguém Vê cita “coração”, “vencer” e etc., martelou na minha cabeça por horas a fio. Por quê? Simplesmente pelo fato de, na minha humilde opinião, NÃO HAVER MAIS CORAÇÃO na F1 atual, infelizmente. Em contrapartida a essa chamada, a TV Plim Plim, no seu programa esportivo dominical matutino exibiu uma reportagem muito bacana sobre os 40 anos de transmissão da F1.




Piquet - 1981, 1983, 1987

Confesso que senti uma nostalgia diferente, como se fosse “saudade do que eu não vi”, parafraseando “Índios”, do Legião Urbana. Para quem gosta e acompanha, a reportagem contou com imagens históricas, como por exemplo, de um Autódromo de Interlagos e seu antigo traçado que contava com quase 8 km de extensão (ao contrário dos 4,3 km de hoje). 

Vemos imagens de um Fittipaldi jovem, que cultivava (e cultiva ainda!) um portentoso par de costeletas e guiava o belíssimo JPS Lotus com o qual ganhou o seu primeiro título. 

 
Senna - 1988, 1990 e 1991
Podemos ver também, imagens do tricampeão e da sempre irreverente figura de Nelson Piquet, que dominava a habilidade não só de pilotar, mas que também tinha um domínio excepcional sobre o carro propriamente no que diz respeito à mecânica, fato que faz dele um dos melhores, senão o melhor acertador de carros da história da F1. 




O futuro da F1, talvez?

Seria pecado não citar o também tricampeão Ayrton Senna, com sua genialidade, talento e acima de tudo, o seu patriotismo, sua determinação e força de vontade inspiradoras. Imagens lindas de uma época passada onde não se corria apenas contra o tempo, mas onde sempre se corria o risco de morrer.

O que vemos hoje? Uma mistura de videogame com jogo de tabuleiro: videogame pela questão tecnológica que invadiu a F1; jogo de tabuleiro, pois em grande parte dos casos, quem tem a melhor estratégia, vence. O que não vemos hoje? Coração.





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