quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A Cara do Rio de Janeiro

A forte relação entre Joel Santana e o futebol carioca

Joel Santana: a cara do Rio de Janeiro
Por Thiago Cruz

Joel Natalino Santana volta ao Rio de Janeiro para treinar pela quinta vez o Clube de Regatas Flamengo. Contando somente as passagens pelos quatro clubes grandes, esta será a 15º vez que o “Papai Joel” assume um clube carioca. Maior vencedor de campeonatos cariocas, com sete títulos conquistados, Joel é uma das figuras que mais entende e sabe lidar com o que acontece no futebol carioca dentro e fora das quatro linhas.
Inegavelmente, nenhum outro técnico tem um perfil tão adequado para enfrentar o momento conturbado existente na Gávea. Avesso a polêmicas e com jeito descontraído, Joel faz o estilo paizão, costuma conversar e dar conselhos a seus comandados, o que rapidamente lhe garante a amizade e confiança dos jogadores, o que Luxemburgo já havia perdido há tempos no clube rubro-negro. Este é o grande trunfo para levar o Flamengo a apresentar novamente um futebol de bom nível. O clima já deteriorado entre o elenco e a comissão técnica vinha se refletindo nos jogos. Jogadores insatisfeitos fora de campo, tendem a demonstrar este descontentamento dentro.  Portanto, diferente do seu antecessor, Joel fará “vista grossa” para as constantes saídas noturnas de Ronaldinho Gaucho, afim de que este possa produzir mais nos jogos. Isso pode parecer um paradoxo, mas é uma fórmula que já deu certo em 2009, quando Andrade assumiu o Flamengo durante o Brasileirão e nunca criou caso com as faltas, atrasos e polemicas de Adriano Imperador, e este por sua vez foi ao lado de Petkovic quem conduziu o Rubro-Negro rumo a mais um título. Lidar com jogadores polemicos e estrelas não é nenhuma novidade para Joel, ja treinou Romario, Edmundo, Renato Gaucho e sempre teve bom relacionamento com todos. Seu problema com Loco Abreu foi uma excessão e trabalhar o Ronaldinho Gaucho não será problema.

Joel estreará nesta semana na Libertadores contra o Lanus com a lembraça daquela que ele não esconde de ninguem que  é uma de suas grandes frustrações no futebol , a vergonhosa eliminação para o America/Mex em pleno Maracanã em 2008 pela Libertadores, quando em noite de Salvador Cabañas, o Flamengo foi derrotado por 3 a 0 após ter vencido no México por 4 a 2. Joel sairia do Flamengo após aquela partida mesmo se tivesse se classificado, pois já havia acertado com a Seleção da África do Sul, mas é uma derrota que ainda lhe está engasgada. Este foi um dos principais motivos que o fez largar o Bahia , a possibilidade de voltar a jogar esta competição. Agora ele terá a chance de se redimir daquela derrota, mas para isso terá que acabar com o estigma que o acompanha: ser um treinador “bombeiro” que conquista apenas campeonatos estaduais. Sua carreira se resume a conquistas regionais no Rio de Janeiro e na Bahia e a salvar clubes de rebaixamento. Joel em sua carreira só ganhou dois títulos que não são regionais: a Copa João Havelange e a Copa Mercosul de 2000 pelo Vasco, mas seus méritos são relativos nessas conquistas pois assumiu Gigante da Colina na semifinal e final destas competições respectivamente.
Pacificar o ambiente na Gávea e encerrar o estereótipo de treinador regional. Estes são os primeiros desafios de Joel e sua prancheta em 2012. Se terá exito, só no desenrolar da competição saberemos. 

Um comentário:

  1. Joel é um retranqueiro! A escalação dele contra o lanus foi uma vergonha

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