A forte relação entre Joel Santana e o futebol carioca
Joel Santana: a cara do Rio de Janeiro |
Por Thiago Cruz
Joel Natalino Santana
volta ao Rio de Janeiro para treinar pela quinta vez o Clube de Regatas Flamengo.
Contando somente as passagens pelos quatro clubes grandes, esta será a 15º vez
que o “Papai Joel” assume um clube carioca. Maior vencedor de campeonatos
cariocas, com sete títulos conquistados, Joel é uma das figuras que mais
entende e sabe lidar com o que acontece no futebol carioca dentro e fora das quatro linhas.
Inegavelmente, nenhum
outro técnico tem um perfil tão adequado para enfrentar o momento conturbado existente
na Gávea. Avesso a polêmicas e com jeito descontraído, Joel faz o estilo paizão,
costuma conversar e dar conselhos a seus comandados, o que rapidamente lhe
garante a amizade e confiança dos jogadores, o que Luxemburgo já havia perdido há
tempos no clube rubro-negro. Este é o grande trunfo para levar o Flamengo a
apresentar novamente um futebol de bom nível. O clima já deteriorado entre o elenco
e a comissão técnica vinha se refletindo nos jogos. Jogadores insatisfeitos
fora de campo, tendem a demonstrar este descontentamento dentro. Portanto,
diferente do seu antecessor, Joel fará
“vista grossa” para as constantes saídas noturnas de Ronaldinho Gaucho,
afim de
que este possa produzir mais nos jogos. Isso pode parecer um paradoxo,
mas é
uma fórmula que já deu certo em 2009, quando Andrade assumiu o Flamengo
durante
o Brasileirão e nunca criou caso com as faltas, atrasos e polemicas de
Adriano
Imperador, e este por sua vez foi ao lado de Petkovic quem conduziu o
Rubro-Negro rumo a mais um título. Lidar com jogadores polemicos e
estrelas não é nenhuma novidade para Joel, ja treinou Romario, Edmundo,
Renato Gaucho e sempre teve bom relacionamento com todos. Seu problema
com Loco Abreu foi uma excessão e trabalhar o Ronaldinho Gaucho não será
problema.
Joel
estreará nesta semana na Libertadores contra o Lanus com a lembraça
daquela que ele não esconde de ninguem que é uma
de suas grandes frustrações no futebol , a vergonhosa eliminação para o
America/Mex em pleno Maracanã em 2008 pela Libertadores, quando em noite
de
Salvador Cabañas, o Flamengo foi derrotado por 3 a 0 após ter vencido no
México
por 4 a 2. Joel sairia do Flamengo após aquela partida mesmo se tivesse
se
classificado, pois já havia acertado com a Seleção da África do Sul, mas
é uma
derrota que ainda lhe está engasgada. Este foi um dos principais motivos
que o fez largar o Bahia , a possibilidade de voltar a jogar esta
competição. Agora ele terá a chance de se redimir
daquela derrota, mas para isso terá que acabar com o estigma que o
acompanha:
ser um treinador “bombeiro” que conquista apenas campeonatos estaduais.
Sua
carreira se resume a conquistas regionais no Rio de Janeiro e na Bahia e
a
salvar clubes de rebaixamento. Joel em sua carreira só ganhou dois
títulos que
não são regionais: a Copa João Havelange e a Copa Mercosul de 2000 pelo
Vasco,
mas seus méritos são relativos nessas conquistas pois assumiu Gigante da
Colina
na semifinal e final destas competições respectivamente.
Pacificar o ambiente na
Gávea e encerrar o estereótipo de treinador regional. Estes são os primeiros
desafios de Joel e sua prancheta em 2012. Se terá exito, só no desenrolar da competição saberemos.
Joel é um retranqueiro! A escalação dele contra o lanus foi uma vergonha
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